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terça-feira, 12 de abril de 2016

Saudades de papéis “velhos”.


No "Público" deste Domingo a jornalista Alexandra Lucas Coelho escreve sobre o encerramento de mais uma loja de alfarrabista em Lisboa, a Livraria Avellar Machado (“Pequena História de como esta semana o mais antigoalfarrabista fechou portas”).

Desde que me lembro de calcorrear as ruas de Lisboa que o percurso dos alfarrabistas fazia parte desse prazer que relaciono sempre com essa cidade.

Este é um prazer que deixei há algum tempo, umas vezes por razões económicas outras por falta de tempo e, actualmente, mais do que por qualquer dessas razões, por falta de espaço para guardar as muitas relíquias que ia encontrando nessas passeatas.

Agora, quando, mais de longe em longe, me entretenho a percorrer as ruas de Lisboa, principalmente entre a Baixa, o Chiado, o largo da Misericórdia e o Bairro Alto, deparo-me com o desaparecimento de muitas dos antigos alfarrabistas que faziam as minhas delicias, espaços mágicos para quem gostava de se surpreender  com aquele cheiro a papéis velhos de revistas e livros que já ninguém queria e que nos levavam a viajar no tempo por um preço acessível.

Hoje, os que restam só sobrevivem vendendo obra a preços proibitivos, pagos por algum coleccionador novo rico que acha aquela velha encadernação ou capa de revista  uma boa decoração de sala ou anda atrás de revivalismos da moda.

O gosto pelo livro velho, por edições raras, por periódicos desactualizados tornou-se uma raridade de “maluquinhos” como eu.

Já nem as bibliotecas publicas aceitam, sem um torcer de nariz ou um rotundo não, doações desses livros “velhos”.

Com o encerramento desses espaços é também um pouco de nós e da nossa Lisboa que morre.

Que saudades do cheiro a papel velho!!!


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