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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Correio da Manhã - o jornalismo de sarjeta também tem direito à vida…


O jornal “Correio da Manhã” é um nojo em termos jornalísticos, que envergonha o jornalismo português e devia envergonhar quem nele trabalha, pelo menos aqueles que ocupam cargos de chefia.

Copia o pior do que se faz no jornalismo ocidental e, pior do que isso, deu o mote à maior parte do “estilo” jornalístico que campeia na comunicação social televisiva e até já contaminou o jornalismo escrito de “referência”, que usa e abusa dos títulos bombásticos e sensacionalistas para vender papel.

Podem argumentar que o “Correio da Manhã” é o jornal que mais vende em Portugal, e portanto é daquilo que o povo gosta. Mas,para mim, isso não é argumento e só mostra a indigência cultural deste país.

Mas daí a proibir o jornal de dar as notícias no estilo nojento como as costuma dar, vai uma grande distância. Vivemos num país livre e democrático e, desde que não me obriguem a nada, cada um come do que gosta.

O que aconteceu é que aquele jornal, usando um método eticamente reprovável, mas legal, se constituiu como assistentes no processo que decorre contra José Sócrates, tendo acesso ao conteúdo do mesmo para passar a informação para ser publicada do jornal.

Que essa informação seja divulgada fora de contexto, de forma cirúrgica e acompanhada por comentários ou títulos bombásticos que são mera opinião, não espantará ninguém. Esse é o estilo do jornalismo que se faz por aquele lado.

Penso até que o facto do principal “ataque” a Sócrates vir daquele jornal até pode ser uma vantagem para o arguido, tendo a conta a falta de credibilidade do “Correio da Manhã”.

Mas não foi isso que aconteceu e a defesa de José Sócrates resolveu actuar de um modo que se aproxima da simples censura.

O que tudo isto revela de grave é que aquele processo, eticamente reprovável, de ter acesso a processos judiciais é habitualmente usado por aquele jornal  ( e não só) para lançar lama conta qualquer cidadão anónimo deste país que tenha um processo a decorrer em tribunal.

Fosse o arguido um pobre e miserável pequeno delinquente ou pequeno criminoso, daqueles que enchem as páginas daquele jornal, e nada acontecia àquele jornal.

Mas, mesmo aquela situação eticamente reprovável  não é da responsabilidade do “Correio da Manhã”, existe porque é legal e porque a justiça em Portugal funciona com funciona, neste caso, como noutros, muito mal.

Por isso, quanto a nós, mesmo um vómito jornalístico como o “Correio da Manhã” tem direito à vida e deve ser livre de divulgar as alarvidade e do modo alarve e boçal a que nos acostumou, pois é isso que faz parte da sua identidade e  esse é o custo de vivermos em liberdade.


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