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terça-feira, 28 de abril de 2015

Thomas Piketty: 'Inexistência de imposto sucessório é uma anomalia em Portugal' - Renascença



Thomas Piketty esteve ontem na Gulbenkian onde falou da sua obra "O Capital no Século XXI" (uma análise crítica de João Constâncio ao seu conteúdo pode ser lida AQUI e outra de Rui Tavares AQUI), obra onde procura explicar a origem da desigualdade económica  e o os mecanismo do desenvolvimento numa "sociedade de Herdeiros".

Duas entrevistas com esse historiador da economia e crítico da austeridade europeia podem ser lida na edição do Público AQUI ou no site da Rádio Renascença em baixo.

Na entrevista ao Público refere que o principal problema da desigualdade da União Europeia: "é um problema de desemprego, em particular o desemprego jovem, e como restaurar a confiança na zona euro. O que é realmente dramático é que transformámos uma crise que nasceu no sector financeiro privado americano numa crise de dívida pública, apesar de, inicialmente, a zona euro não ter mais dívida pública do que os EUA, o Reino Unido ou o Japão. E conseguimos, apenas por causa das nossas más instituições e más decisões macroeconómicas, criar uma crise a partir do nada. A taxa para os super-ricos não é central neste momento para a Europa. Para nós é mais importante um imposto comum sobre as empresas. Muitas das grandes empresas europeias não pagam impostos nenhuns ou pagam muito pouco e menos do que as pequenas empresas. Vimos como no Luxemburgo, Jean-Claude Juncker estava a fazer acordos com multinacionais para ajudar a pagar apenas 1% ou 2% de impostos e depois veio dizer “sabem, tinha de desenvolver uma estratégia de desenvolvimento para o meu país e tive que tornar o meu país num paraíso fiscal”. Não vamos encontrar o nosso futuro na Europa se todos nos tornarmos paraísos fiscais. Sei que em Portugal há esta discussão de baixar o IRC de 21% para 17%, a seguir vai ser de 17% para 10% e depois de 10% para zero. Se continuarem por esse caminho, daqui a 10 ou 20 anos não haverá impostos sobre as empresas na Europa. Precisamos de um imposto sobre as empresas comum".

Com tanta gente informada a mostrar que o actual caminho austeritário seguido pela União Europeia, e tão diligentemente posto em prática pelo actual governo português, nos conduz todos para o abismo, é caso para nos interrogarmos se os actuais líderes políticos da União Europeia são meros executantes das ordens do corrupto grande capital financeiro, do qual pensam tirar proveitos pessoais e para os amigos, ou são mesmo ignorantes e estúpidos...ou um pouco de tudo isso!!!

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