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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Mais uma herança do "comissário" Barroso: Histórias de horror à partida, intolerância à chegada

Chegou a hora de os governos europeus  “enfrentarem as suas responsabilidades”. Foi neste termos que Jonh Dalhiusen, responsável da Aministia Internacional na Europa e na Ásia Central, se referiu à tragédia que mais uma vez aconteceu no Mediterrâneo.

A “Europa” e grande parte dos seus governos tem  graves responsabilidades na situação que resulta do aumento de insegurança, nas guerras incontroláveis e no caos económico e social em que o Norte de África, a África central e o Médio Oriente estão envolvidos.

Foi a “Europa”, nomeadamente através daquele que foi o seu líder máximo nos últimos dez anos, Durão Barroso, que apoiou a guerra do Iraque que conduziu à actual situação no Médio Oriente e disseminou as sangrentas guerras religiosas que se espalharam por aquelas regiões.

Foi a “Europa” que, desrespeitando a ONU, destruiu os equilíbrios no Norte de África, por via da forma irresponsável como apoiou a acção da NATO contra o ditador Kadhaffy, deixando populações inteiras entregues ao caos e à mais absoluta miséria.

Foi a “Europa” que, mercê das suas políticas de austeridade, resolveu retirar o apoio financeiro ao programa de resgate e salvamento “Mare Nostrum”, aplicado em 2013 e abandonado passados poucos meses, porque os parceiros europeus da Itália se recusaram a partilhar os gastos dessa operação.

Uma das razões das tragédias diárias no Mediterrâneo prende-se com o facto de “navios mercantes mal equipados” estarem a ser “enviados para cumprir funções, para as quais não foram preparados”, como afirmou um repórter do jornal Times of Malta, exactamente porque países como a Itália e Malta, ameaçados financeiramente pelas políticas de austeridade impostas pela União Europeia, sem apoio para operações e meios de equipamento caros, têm estado práticamente sozinhos a actuar em acções de salvamento e resgate.

As guerras, que se acentuaram pela desagregação e descritibilidade da ONU, levada a cabo por George Bush jr no principio do século, com  o apoio de Durão Barroso, Tony Blair e Aznar, levam populações inteiras a terem de se deslocar à procura de melhores condições de vida e, essencialmente, de um futuro e de paz.

Ainda no último Sábado o representante da Agência da ONU para os refugiados em Itália culpava a “retórica extremista e irresponsável” contra a imigração pelas falhas nas operações de resgate, acrescentando que, neste “momento, em muitos países europeus, o diálogo político e a retórica são bastante extremistas e irresponsáveis” devido ao medo de perderem eleições que estão calendarizadas para os próximos tempos, como é o caso britânico, o país que tem sido o principal responsável por se andar a adiar o apoio eficiente aos países que têm de enfrentar o drama.

A União Europeia é também responsável por ter feito do Mediterrâneo a principal via da imigração clandestina, ao apoiar e fomentar autêntico muros fronteiriços nas fronteiras terrestres de Espanha, Grécia e Bulgária.

A afirmação do presidente da Câmara da ilha grega de Kos é o exemplo máximo da mentalidade com que muitos políticos europeus encaram a situação ao afirmar, na semana passada, que “não dava nem uma garrafa de água aos refugiados que chegam à ilha, porque estes afastam os turistas” (!!!!).

De uma União Europeia refém do poder financeiro, poder este construído através da miséria de povos inteiros, através dos negócios de armamento e onde circula o dinheiro dos traficantes que estão por detrás da organização das vagas de imigrantes que são lançados no Mediterrâneo a caminho da Europa, não será de esperar qualquer resolução série a permanente para o problema,                 quanto muito algumas afirmações de circunstância e medidas avulso.

Procurem os responsáveis pela miséria africana, pela desintegração do Iraque, do Afeganistão, do Paquistão, da Líbia e da Síria e encontrarão os verdadeiros responsáveis , pela fuga em massa de populações inteiras que se afogam depois no Mediterrâneo…mas isso não interessa aos políticos europeus nem ao sistema financeiro que eles representam, nem à comunicação social por eles controlada.

A tão apregoada globalização só é defendida para a circulação de capitais e para a deslocalização de grandes empresas. Os povos, esses estão condenados a viver na miséria, sem poderem fugir, ou arriscando a vida em travessias mortais.

Histórias de horror à partida, intolerância à chegada (clicar para ler).

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