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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Austeridade viola Direitos Humanos: Amnistia Internacional pede avaliação das medidas de austeridade em Portugal

Se dúvidas restassem sobre o facto, já aqui denunciado várias vezes, de que a austeridade imposto pela Troika é um problema de desrespeito pelos Direitos Humanos, aí está o mais recente relatório da Amnistia Internacional sobre Portugal a recordá-lo (ler link em baixo).

Ou seja, os senhores Victor Constâncio, Durão Barroso, Oli Rhen, Angela Merkel, Wolfgang Schauble, Passos Coelho, Paulo Portas, Christianne Lagarde, Maria Luís Albuquerque, e toda uma vasta legião de pequenos, médios e grandes figurões da política e das instituições europeias têm-se comportado, em relação a portugueses, gregos, irlandeses, chipriotas, espanhóis e italianos ao nível de outra gente que por esse mundo fora desrespeita igualmente outras normas da declaração dos direitos humanos.

Ou seja, comportam-se, nas áreas que dominam, com o mesmo desprezo pela humanidade e pelos seus direitos, como se comportam as autoridades da China em relação aos manifestantes de Hong Kong, as autoridades do governo Venezuelano em relação aos oposicionistas, os terroristas do Estado Islâmico em relação às populações que dominam ou os governos fascista-terroristas da Ucrânia e da Rússia em relação ao povo do leste da Ucrânia.

A diferença é apenas de “grau”, mas qualquer daqueles figurões acima referidos, noutras circunstâncias e noutras realidades estariam, sem qualquer hesitação, a disparar sobre populações indefesas ou a prender oposicionistas, já que lhes faltam qualidades éticas na defesa dos seus cidadãos e são eticamente corrompíveis.

Aliás, vimo-los, aqueles que ainda estão no activo, em actuação de meros fanáticos e extremistas ideológicos nas últimas semanas, nas negociações com o governo grego. Afinal não foi este que se comportou como “extremista”, mas sim aquelas “respeitáveis” e engravatadas figuras desta triste história europeia das últimas décadas.

O resultado da actuação daquela gente, nos últimos anos, está bem à vista: na Grécia, ao longo de cinco anos de intervenção, fizeram a sua economia recuar 26%, o seu desemprego disparar para os 27%, 40% da sua população ser empurrada para a linha de pobreza e a sua dívida pública aproximar-se do 200% e nunca se preocuparam com a corrupção e a fuga aos impostos dos mais ricos e privilegiados desse país (sé agora falam nisso, como se este governo democraticamente eleito tivesse alguma responsabilidade nessa situação); em Portugal, em menos tempo, fizeram disparar o desemprego para quase 15%, obrigaram os jovens qualificados a emigrar em massa, tornaram este país aquele onde o trabalho mal pago e precário mais subiu na Europa, os salários e as pensões, que já eram dos mais baixos da Europa, sofreram cortes gigantescos, os impostos sobre o trabalho não param de aumentar, fizeram aumentar o risco de pobreza da população para quase 20% e a dívida continuou a aumentar para quase 150% …e dizem que “não somos a Grécia”! (por este caminho lá chegaremos…ainda estamos com dois anos de atraso em relação à Grécia..).

Por isso é importante que uma organização independente e prestigiada como a Aministia Internacional nos venha apontar que, por cá,(o país “bem comportadinho”, o modelo apresentado pelos figurões da União Europeias como “exemplar”  do “êxito”(???!!!) da austeridade), na realidade….  “o rei vai nu”!

Amnistia Internacional pede avaliação das medidas de austeridade em Portugal - Portugal - DN

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