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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O Filme do Dia, a propósito da paranóia que vai por aí: The Russians Are Coming, The Russians Are Coming

O DIA DAS BRUXAS:


OCDE – Quando a ideologia do pecado original se impõe à competência técnica


Acabou de ser divulgado um dos mais recentes estudos da OCDE sobre Portugal, o “Economic Syrvey Portugal 2014”.

Se tecnicamente esses relatórios da OCDE são irrepreensíveis, já quanto à retórica que enquadra esses documentos ela enferma sempre do mesmo defeito: o pecado original da ideologia que está por detrás da pretensa objectividade dessa organização.

A OCDE teve origem na OECE, a organização fundada em 1948 para gerir a aplicação dos fundos do Plano Marshall, impondo à Europa Ocidental um determinado modelo de economia, consumo e produção que, mais do que defender a “democracia representativa” , inscrita  nos objectivos iniciais, teve como principal preocupação implementar uma “economia de livre mercado”, o segundo objectivo inscrito na sua fundação.

A defesa da democracia não passou, na altura, de simples retórica, já que um país como Portugal, então governado pelo ditador Salazar, foi aceite como país fundador, juntando-se, em 1959, a Espanha do “generalíssimo” Franco.

Pelo modo como os herdeiros desses nossos  tempos se babam todos pelo modelo chinês, ou pelos modelos socias do México e da Índia, ficamos esclarecidos sobre as “preocupações democráticas” dessa instituição.

Em 1961, com a entrada dos Estados Unidos para a organização, esta muda para a sua actual designação de OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), e definem-se melhor os seus objectivos:

- apoiar um crescimento económico duradouro;
- desenvolver o emprego;
- aumentar o nível de vida;
- manter a estabilidade financeira;
- ajudar os outros países a desenvolverem as suas economias;
- contribuir para o crescimento do comércio mundial;

Também se tornou em instrumento da Guerra Fria, gerando “tiques” ideológicos de que nunca se libertou até aos nossos dias.

Com aqueles fins, essa organização habituou-nos a, regularmente, divulgar relatórios sobre vários aspectos da economia e da sociedade, que se apresentam com uma áurea de grande qualidade técnica, para melhor disfarçar toda a retórica neoliberal da organização.

De facto, se não é discutível a qualidade técnica desses estudos, já que os técnicos executam com mestria a organização das estatística, para forçar o resultado imposto pela ideologia socio-económica da organização.

 Um número devidamente “torturado” dá sempre o resultado que pretendemos. E nada melhor para isso do que “torturadores” competentes e habilitados…

E um bom técnico é aquele que consegue esse objectivo, tal como o mercenário competente executa com competência as ordens de quem lhe paga.

E é assim que chegamos ao mais recente relatório da OCDE sobre Portugal.

Neste relatório a OCDE defende que o número de trabalhadores das administrações públicas em Portugal deve continuar a encolher, apesar de  “ reconhecer que houve uma diminuição significativa no número de trabalhadores do sector público nos últimos anos. Desde 2012 o número de funcionários caiu 8% e o sector público pesa 12,4% (excluindo hospitais e empresas públicas) no total da força de trabalho da economia, refere o documento. "Está agora abaixo da média da OCDE". Mas mesmo assim, e como se vê, ainda não chega.

E quais são as áreas, segundo essa “competente” organização, com excesso de funcionários? : a Educação e as Forças de Segurança: “ a OCDE argumenta que continua a haver excesso de pessoal "em áreas específicas como as forças de segurança e a educação". E concretiza: "com mais de 450 polícias por cada cem mil habitantes, a polícia portuguesa é a segunda da Europa com mais recursos humanos". Na educação, "o tamanho médio das turmas é pequeno, apesar da investigação da OCDE sugerir que o tamanho das turmas é um factor muito menos importante do que a performance dos professores para o processo de aprendizagem dos alunos", frisa ainda.

Ou seja, pelo menos no caso da educação defende a redução de professores e o aumento do número de alunos por turma.

Ora, como se viu pela forma caótica como se iniciou este ano lectivo, se não houvesse falta de professores essa confusão nunca se tinha registado.

E, como toda a gente ligada à educação sabe, as últimas medidas deste governo aumentaram de forma escandalosa o número de alunos por turma, tornando-as quase “ingovernáveis” em termos humanos.

Das duas três: ou os “técnicos” da OCDE não obtiveram os dados correctos, ou estão de má-fé, ou são incompetentes….ou um pouco de tudo…

Muitas vezes o problemas das médias de professores por aluno enferma  de um erro de visão: muitos professores são colocados em tarefas burocráticas, fora do universo do contacto directo com os alunos e com turma, já que a burocracia nas escolas tem vindo a aumentar de forma escandalosa nos últimos anos, atirando para a responsabilidade dos professores tarefas que não são as suas  e deviam ser de outros serviços e técnicos, ou mesmo da sociedade na sua generalidade…mas aí, mais uma vez esbarramos com a redução dos funcionários públicos, preconizada pela OCDE…é a velha história da pescadinha de rabo na boca!!! .

Este é um daqueles exemplos da forma como a OCDE tortura os números ou como a macroeconomia e a macro estatística esconde a realidade e desumaniza as decisões.

Provávelmente, com as polícias acontece algo de idêntico, já que muitos dos agentes têm sido canalizados para funções burocráticas que lhe têm sido impostas nos últimos anos.

Mas esse relatório revela outras preocupações que  enfermam mais uma vez do pecado original da ideologia neoliberal dessa organização:

“O relatório recorda todas as medidas de redução dos gastos com salários que foram implementadas durante o programa de resgate da troika - desde a abolição de salários, ao alargamento do horário de trabalho para as 40 horas sem compensação salarial adicional, passando pelos cortes salariais. Contudo, frisa que o Tribunal Constitucional chumbou o corte agravado nos salários dos funcionários públicos a partir de Maio e que o corte actualmente em vigor terá de ser revertido parcialmente no próximo ano”.

Ficamos assim a saber que essa organização aprova o aumento da jornada de trabalho, acompanhada pela redução dos salários e junta-se à campanha negra contra a Constituição e o Tribunal Constitucional.

Mais uma vez essa organização está de má-fé e “tortura” os números, já que Portugal é dos países onde a comparação dos salários, nas mais variadas actividades, é dos mais baixos da Europa, contribuindo até para o crescimento da pobreza, tão baixo eles são.

Mas a desfaçatez e o fanatismo ideológico neoliberal dos relatores a OCDE não se fica por aqui:
“O salário mínimo em Portugal é dos mais baixos da Europa Ocidental mas a OCDE aponta para o risco de futuros aumentos.

“Embora Portugal apresente o nível de salário mínimo mais baixo entre os países da Europa Ocidental, futuros aumentos deste referencial poderão ter consequências negativas, afirma a OCDE. Desde logo, a subida pode reduzir o emprego entre os trabalhadores abrangidos pela retribuição mínima garantida, diz o Economic Survey Portugal 2014, recordando que o peso deste grupo aumentou de 6% em 2007 para 11,3% em 2011”.

E leia-se a desfaçatez da “lógica da batata” para fundamentar a preocupação com o “enorme” aumento do salário mínimo em Portugal:

"Com o crescimento da produtividade baixo, há o risco de que o aumento do salário mínimo possa, na verdade, aumentar a desigualdade, ao invés de reduzi-la, se uma medida destas gerar perdas de emprego significativas", continua o documento. Para a OCDE, futuras mexidas devem ser feitas em linha com o crescimento da produtividade e inflação, "como anunciado pelo Governo".

Muitas das recomendações e das ameaças veladas desse relatório contradizem, ou contribuem para contradizer, caso sejam levadas a sério, alguns dos “nobres” objectivos dessa organização, a saber, recordamos mais uma vez: “apoiar um crescimento económico duradouro”,  “desenvolver o emprego” e “aumentar o nível de vida”. Ficamos assim a saber que alguns dos objectivos dessa organização, ou são desconhecidos dos relatores desses documentos, ou não passam de retórica “politicamente correcta” para enganar papalvos.

Mas, ao apresentar publicamente relatório em Lisboa, o líder daquela organização, o mexicano Angel Gurría (que tem origem num dos partidos com uma das mais longas histórias de corrupção, com ligações ao narcotráfico mexicano…mas isso é outra história… ) o mesmo entrou  em contradição com os objectivos apontados naquele relatório,  (eu diria, por puro cinismo) ao revelar preocupações como o nível de pobreza em Portugal , dizendo ser necessário “fazer mais para proteger a população mais vulnerável” ( e o homem disse-o sem se rir!!!).

Nesse sentido, recomendou que Portugal faça "ainda mais para aumentar as competências" dos trabalhadores. Angel Gurría adiantou também que "a OCDE encontra-se a trabalhar em prol de uma estratégia para aumentar as competências em Portugal”. Ou seja, o relatório aconselha a reduzir o número de professores e depois vem o dirigente máximo da OCDE, ao apresentar o relatório, a apelar a que se aumentem as competências dos portugueses.

….Sobre a retórica cínica (ou sinistra) dessa organização, estamo falados…mais uma vez.


(os textos entre aspas foram transcritos com origem nas edições on-line do Diário Económico e do Jornal de Negócios de 27 de Outubro de 2014)

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

ICS faz censura :última edição de «Análise Social» retirada de circulação

(reprodução da capa da edição censurada)

A última edição da prestigiada revista Análise Social foi retirada de circulação pelo ICS devido a um descarado acto de censura dos seus editores actuais.

A Notícia pode ser lida AQUI ou no post do blogue "Entre a Bruma da Memória (Entre as brumas da memória: «Análise Social» – tema do dia: Quando li a notícia , pensei imediatamente em Adérito Sedas Nunes : «Um dos mais importantes cientistas sociais portugueses do século..).

O triste acto deu-se deviso a uma capa que remetia para um pequeno estudo sobre a importância dos murais como forma de protesto actual 





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Para O Banco Mundial tudo isto é bom para os "Negócios" em Portugal: precaridade laboral, salários baixos, trabalho não qualificado, empobrecimento generalizado , emigração de jovens qualificados...

Segundo uma notícia hoje divulgada pela Lusa “Portugal sobe para 25.º lugar no ranking do Banco Mundial que avalia a facilidade de fazer negócios”.

Ainda segundo essa mesma notícia, a maior “facilidade na extinção de postos de trabalho e redução dos pagamentos extra por trabalho em dias feriados são aspectos da reforma laboral destacados pelo Banco Mundial”.

Por outro lado a descida “da tributação dos lucros das empresas em 2013 foi outro aspecto destacado pelo Banco Mundial” .

Ainda de acordo com a Lusa, “Portugal melhorou seis posições no ranking do Banco Mundial que mede a facilidade de fazer negócios em cada país, ao subir do 31.º para o 25.º lugar. O estudo ‘Doing Business 2015’, que vai na sua 12.ª edição e é hoje divulgado, avalia as normas e regulações em cada país no que respeita às empresas locais em 2013 e 2014, de forma a comparar a facilidade de fazer negócios em 189 países”.

De acordo com esse relatório “ Singapura mantém-se este ano na primeira posição do “ranking” para a facilidade de fazer negócios. Seguem-se a Nova Zelândia, Hong Kong (China), Dinamarca, Coreia, Estados Unidos e Reino Unido, respectivamente, todos com melhorias de posição”.

“Os 10 indicadores avaliados pelo relatório incluem quais os procedimentos, o tempo e os custos necessários para se criar um novo negócio, para construir um armazém, para conseguir ligação à rede eléctrica e para transferir uma propriedade.

“Os sistemas de informação de crédito, os direitos dos accionistas minoritários, as obrigações fiscais das firmas e aquilo que é necessário para realizar trocas comerciais marítimas ou para resolver disputas e insolvências comerciais são outros pontos que o estudo do Banco Mundial analisou mais uma vez este ano”.

Reagindo à notícia, o Ministro da Economia Pires de Lima afirmou à RTP que acha “ que é bom valorizar este ranking, que coloca Portugal na 25ª posição, à frente de nações como a Holanda, França, Espanha, Itália, Polónia e Japão, e seguramente com as quais faz bem Portugal comparar-se e perceber que está num ranking superior”.

Ou seja, a melhoria dos “negócios”, tal como já se tinha registado com a “melhoria” no ranking de “competitividade”,  sobe quando  aumentam as desigualdades socias, a pobreza generalizada,  principalmente a infantil, o desemprego, principalmente o jovem e o de longa duração ou a  precaridade laboral.

Ficamos assim a saber que, para os “bons negócios”, defendidos pelo Banco Mundial, é essencial uma  aumento do emprego pouco qualificado, ao mesmo tempo que se reduz o salário, de desvaloriza o factor trabalho, se reduz os impostos de capital e se aumentam os impostos sobre os trabalhadores.

Ao contrário do ministro Pires de Lima, não me alegra nem me alivia que neste ranking  estejamos à frente de países como a Holanda, a França, a Espanha, a Itália, a Polónia e o Japão e mais próximos de países “exemplares”, do ponto de vista da defesa dos direitos humanos e/ou sociais como… Singapura, China , Inglaterra ou Estados Unidos…

Não deixa de ser curioso que os países que lideram este tipo de rakings “económicos” apareçam, no único índice que vale para avaliar as as condições humanas e sociais, que é o da ONU para o Desenvolvimento Humano , em posições sempre mais abaixo.

Para essa gente o bom negócio é aquele que precariza o emprego, desqualifica o trabalho, aumenta o desemprego para baixar salários, e paga poucos impostos de capital.

Por isso, os foguetes que este governo  e os seus amigos do comentário económico e político andam a deitar por causa dessa posição de Portugal , não nos devem, a nós, cidadãos contribuintes e cumpridores, alegrar, mas deixar-nos preocupados sobre o tipo de “negócios” que instituições como o Banco Mundial e outras do género (FMI, OCDE, OMC, BCE…)defendem para a generalidade da humanidade  e do desenvolvimento humano.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

O "PADRINHO" PARTE 2 - "BES- A Reta Final" (jornal Público)


Este domingo o jornal Público editou a segunda parte do trabalho de investigação sobre a ascensão e queda do Império da família Espírito Santo, acção  liderada por Ricardo Salgado desde a década de 90 do século passado. (BES - A RETA FINAL (clicar para ler artigo)).

Esta segunda parte reporta-se aos acontecimentos recentes, passados ao longo de 2014, onde se fica a perceber o modo como Ricardo Salgado já era o "verdadeiro dono" da PT e as conivências de Bava e Granadeiro par com os interesses do império BES que vão colocar em causa uma das empresas nacionais mais prestigiadas.

Também se percebe a conivência do poder político e do próprios Banco de Portugal com a "família", ao tentarem aguentar a queda do Império até ao fim.

Ficamos a perceber como os "amigos" de sempre do "padrinho" (Cavaco Silva, Durão Barroso, Carlos Moedas - o "comissário" europeu -, José Luís Arnaut, Paulo Portas.., ) o abandonam, procurando lavar as mãos de qualquer responsabilidade ou ligação à "família", quando o desastre se torna evidente.

Entretanto,ontem, em novo artigo do jornal Público (Membros do Governo tinham mais de um milhão de euros no GES quando decidiram o seu futuro (clicar para ler) ), ficou-se a saber que o governo decidiu em relação ao BES em "causa própria", (diga-se em abono da verdade que apenas um ministro clarificou a sua situação em relação àquele banco de forma transparente e justa, o ministro da economia Pires de Lima).

Por último aqui deixamos um "organigrama" (retirado do livro colectivo "Os Burgueses") que resume as ligações do império BES ao poder político dos últimos anos:


sábado, 25 de outubro de 2014

Máfia à portuguesa (não mata mas mói..) : Crónica do fim do império: Ascensão e queda dos Espírito Santo (1ª parte)

O jornal Público iniciou a semana passada um trabalho de investigação sobre a história da "ascensão e queda" do Império da Família Espírito Santo, desde os finais da década de 90 até à actualidade.

Percebe-se que a construção desse Império tem contornos verdadeiramente mafiosos, ao estilo do "Padrinho", com a diferença de não ter sido necessário matar para lá se chegar.

Bastou comprar políticos, jornalistas, economistas e advogados.

Ficamos a saber o que fazem, no mesmo "saco de lacraus" da "família" nomes como Artur Santos Silva, João Rocha, Sousa Sintra, Luís Filipe Vieira, José Manuel Durão Barroso, Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa, António Pires de Lima e a gente do "Compromisso Portugal", os irmãos Horta e Costa, Paulo Portas, Manuel Pinho, Miguel Frasquilho, Nobre Guedes, Temo Correia, Mexia, José Sócrates, Zeinal Bava, Miguel Relvas, Passos Coelho, Duarte Lima, José Eduardo dos Santos, ou orgãos de imprensa como o Diário de Notícias, Jornal de Notícias, TSF, Jornal de Negócios e Expresso, ou clubes de futebol como o Benfica, o Sporting e o Porto, entre tantos outros ...

Todos eles, num determinado momento, ou sempre, de forma mais ou menos evidente, "dormiram na cama" ou "comeram à mesa" do "padrinho" Salgado, fazendo favores à "família"...

O caso anedótico é o de Manuel Pinho, o ministro de Sócrates, aquele do dedo em riste, que, depois de não ser necessário ao "padrinho", foi colocado numa "prateleira dourada" recebendo um ordenado de 35 mil euros mensais para não fazer nada...

Isso, e muito mais pode ser lido nessa reportagem, cuja primeira parte pode ser consultada em baixo.

Para amanhã o jornal Público promete a segunda parte, a referente aos acontecimento do ano corrente.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

OE/2015. Gastos em estudos sobem 32% para 766 milhões.

Mais uma daquelas notícias que morre esquecida no meio da catadupa de contra-informação, futebol e irrelevâncias:


Nunca percebi a necessidade dos ministérios em recorreram a pareceres e estudos externos aos próprios ministérios ou às instituições públicas.

Os ministérios estão cheios de especialistas nas mais variada àreas e as escolas públicas, desde o básico ao universitário, de pessoal altamente qualificado.

Por isso não se percebe o recurso a "estudos e pareceres" pagos pelo estado a entidades exteriores. Todos aqueles que trabalham nos ministérios e nas escolas públicas já recebem salários pelo seu trabalho e são mais que suficientes para integrarem nas suas funções a elaboração de tais "estudos e pareceres".

Parece-me que esta á mais uma forma de colocar os contribuintes a pagar interesses privados e  clientela partidária.

Mais grave ainda é o valor desses gastos com "estudos e pareceres"....mais de 700 milhões de euros, apenas num ano...

Só para terem uma idéia, esse dinheiro pagava 15 museus Picasso, como aquele que vai ser inaugurado este fim-de-semana em Paris.

Com um gasto desses os tais "estudos e pareceres" têm de ser de grande relevância e qualidade e então os cidadãos devem exigir a lista de tais estudos, as instituições privadas e as pessoas envolvidas e devem ter acesso gratuito ao resultado de tais "estudos e pareceres". Por aquele valor é o mínimo exigivel.

Vá lá senhores jornalistas, façam o vosso trabalho e investiguem que "estudos e pareceres" são esse que custam ao país, apenas num anos, 1% do empréstimo da Troika...

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Ainda a infeliz herança de Durão Barroso : Verdes europeus dedicam-lhe um video humoristico

(a "herança" de Durão Barroso)

Na hora da despedida, os deputados "verdes" do Parlamento Europeu dedicaram um video humoristico onde gozam com a infeliz herança deixada por Durão Barroso.

Segundo a notícia ontem publicada na edição on-line do Diário de Notícias "o vídeo de"Os  Verdes" faz o que é, para os ecologistas, um balanço dos 10 anos de Barroso à frente dos destinos europeus" copiando a  "série humorística de televisão Bref - episódios de menos de dois minutos narrados pelo protagonista, Kyan Khojandi ".

"No dia em que Barroso é sucedido no cargo pelo luxemburguês Jean-Claude Juncker, os "Verdes" despedem-se do português com um bem irónico "Já te vais embora!"

"Em apenas um minuto e 25 segundos, Barroso é acusado de apenas ter beneficiado "os poderosos", em especial as grandes empresas, como "os fabricantes de automóveis, os vendedores de tabaco, as multinacionais de energia...""

""Para se fazer conhecer", afimra o vídeo, Barroso apoiou "Bush durante a guerra no Iraque" e depois não soube gerir a crise do euro.

"Segundo a edição online do jornal franes Le Point, o vídeo, que reproduzimos nesta página, foi originariamente lançado online pelo eurodeputado Yannick Jadot".


in DN 22 outubro 2014

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Durão Barroso despede-se, após dez anos de presidência da União Europeia...Adeus, Até nunca Mais!!!

A União Europeia livra-se de um dos seu piores líderes dos últimos anos.

Os cidadãos europeus livram-se de um dos  homens que mais contribuiu para acentuar as desigualdades na Europa e para lhes retirar direitos.

Durão Barroso foi o pior líder da Comissão Europeia, fazendo desta instituição um mero executante das políticas impostas pelos "mercados" financeiros especulativos.

Aos trabalhadores europeus Durão Barroso "ofereceu" um futuro de degradação e desvalorização social, oferecendo-lhes como modelo a  exploração  "à chinesa", a precariedade do emprego e o desemprego em larga escala.

Ao longo de dez anos Durão Barroso liderou a destruição de um ideal de solidariedade e subsidiariedade, que era concretizado no aperfeiçoamento do  Estado Social europeu.

Durão Barroso, ao contrário do que disse na sua despedida, deixou o ideal  europeu, de justiça, de solidariedade  e de igualdade, à beira do colapso.

A sua incompetência, na forma como geriu a crise financeira, colocando os cidadãos a pagar os crimes da grande finança que a provocaram, abriu caminho ao populismo e à extrema-direita.

A sua incompetência e o modo como se deixou dominar pelos interesse instalados dos especuladores financeiros puseram a Europa à beira da desagregação.

Talvez ainda haja tempo para recuperar destes dez últimos anos perdidos, mas só se se fizer uma ruptura radical com a triste herança de Durão Barroso.

Esperemos não ter de ouvir falar de Durão Barroso...nunca mais!!!

"German Concentration Camp Factual Survey", o documentário mais realista sobre o holocausto, exibido hoje em Lisboa.


Vai ser hoje exibido, na Culturgest, pelas 22horas um dos mais impressionantes filmes sobre o Holocausto.

Quinta-feira voltará a ser exibido no Cinema Ideal, ao fim da tarde, no âmbito do festival Doc-Lisboa.

O filme foi montado por Alfred Hitchcock, tendo por base a recolha de imagens feita pelos aliados no momento em que libertavam os campos de concentração, mas, a necessidade da realpolitik em relação ao futuro da Alemanha, a questão palestiniana e de Israel, que levantava muitos problemas políticos aos interesses britânicos no Médio Oriete, e o anunciar da guerra fria levaram a que o filme caisse no esquecimento e se "perdesse" num arquivo histórico, até voltar agora a ser recuperado.

Algumas das imagens desse filme podem ser vistas no documento que reproduzimos em cima,  disponível no Youtube.

Uma análise detalhada sobre o filme, da autoria de António Araújo, pode ser lida na edição do Público de hoje, e que reproduzimos  AQUI .

Costuma-se dizer que quem esquece o passado volta a repetir esse passado, daí a importância de filmes e documentos como este.


"O Crato"...." e quando cairem todos [especialmente o "chato de Belém"] temos peru no Natal...!!!"

(Original " O Pato" cantado por João Gilberto)
Música - Jaime Silva / letra - Neuza Teixeira
Adaptação (Letra) - Nuno Gomes dos Santos.
Divulgado por Carlos Mendes




terça-feira, 21 de outubro de 2014

Morreu o fotógrafo suíço da Magnum René Burri (1933-2014)



Faleceu ontem, aos 81 anos o fotógrafo suiço René Burri, um dos mais importantes fotógrafos de reportagem da segunda metade do século XX e um dos mais destacados da Magnum.

A história desse fotógrafo pode ser conhecida no artigo do Público que transcrevemos em baixo, da autoria de Sérgio B. Gomes.

Uma das melhores homenagens que se pode fazer a um grande fotógrafo é divulgar o seu trabalho, parte do qual pode ser apreciado em baixo, através de fotografias da sua autoria, tirada em várias partes do mundo e várias épocas, revelando as qualidades de René Burri. As fotografias que divulgamos em baixo foram retiradas do site da Magnum.




























segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Nuno Crato já deu quatro voltas completas ao mundo este ano.

Com tantos "contabilistas" de serviço no comentário político e no jornalismo para justificar as malfeitorias "austeritárias" governamentais contra os portugueses, em nome do crte nas "despesas", ainda não houve um que se preocupasse em fazer as contas dos gastos dos nossos governantes, e das respectivas comitivas, feitos em viagens de duvidosa utilidade para o bem do país?

Nuno Crato não é o único a abusar do erário público em viagens, mas não deixa de causar escândalo a notícia que divulgamos em baixo, se tivermos em conta aquilo que os professores têm de gastar do seu bolso em deslocações diárias para exercerem a sua actividade profissional.

Há cada vez mais milionários em Portugal e maiores desigualdades na distribuição de riqueza...entusiasmada com esse resultado das "reformas estruturais", Bruxelas (Durão Barroso e outros) pede mais medidas de austeridade para 2015.

A notícia passou praticamente despercebida.

O “Diário Económico”, um dos jornais do “situacionismo Austeritário” , revelava, na semana passada, que, só nos 2 últimos anos, Portugal criou mais 28% de milionários, isto é, indivíduos com mais de 1 milhão de dólares  de riqueza líquida registada. Os números foram indicados àquele jornal pelo Crédit Suisse, num estudo sobre a distribuição da riqueza a nível mundial. O mesmo estudo indica ainda que, em Portugal, os 10% mais ricos detêm 58,3% da riqueza do país.

No total, e de acordo com esse estudo e aqueles critérios, existem em Portugal mais de 79 mil milionários, 29 mil dos quais aí chegados nos dois últimos anos, dez mil no último ano, isto é, no auge da aplicação das medidas de austeridade!!!!

Vai-se tornando claro o resultado das medidas de austeridade impostas pela troika da União Europeia (ou seja, entre outros, pelos “portugueses” Barroso (UE) , Constâncio (BCE)  e Gaspar(FMI)) e diligentemente e cobardemente aplicada pelos homens da bandeira na lapela (Passos, Portas e companhia) e defendidas pela máquina de propaganda (os camilos lourenços e os césares das neves que enxameiam a comunicação social).

Ou seja, a aplicação em Portugal e nos países do sul do modelo económico-social chinês, o da mão-de-obra barata e sem direitos, é um objectivo traçado pelo eixo Bruxelas-Berlim com o objectivo, não de criar riqueza para os seus cidadãos, mas de criar ricos cada vez mais ricos.

Deve ser esse  facto, o escandaloso aumento da riqueza nas mãos de um grupo cada vez mais restrito de portugueses, que o relatório da União Europeia sobre Portugal, também revelado na passada semana, relatório esse onde se defende  a continuação da austeridade para os trabalhadores portugueses, que permite o optimismo das instituições europeias sobre os resultados “já visíveis” das “reformas estruturais” levadas a cabo em Portugal!!!


Bruxelas pede mais medidas em 2015, mas Governo prefere subir meta do défice para 2,7% - PÚBLICO (clicar para ler notícia)

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

COMO???? ..."Passos esclarece [!!!!!]: Contribuintes não pagam BES directamente. Podem é pagar indirectamente"

Mas não há ninguém que mande calar os idiota que nos governam?

Mas que história é essa dos "contribuintes não pagarem o BES "directamente", mas poderem vir a "pagar indirectamente"?

Gostava que alguém me explicasse como é que não se paga uma coisa "directamente" que pode ser paga "indirectamente"!!1

Se eu comprar um carro, ou uma casa...ou um livro ...como é que posso fazer para pagar "indirectamente"???

Gostava de saber como funciona esse novo "conceito económico". Talvez o Camilo Lourenço ou o João César das Neves, ou qualquer outro comentador idiota de serviço ao poder "austeritário" nos possa esclarecer...sim, porque só entrando num raciocínio idiota é que talvez se possa perceber tão elevado conceito...

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A [DE] MISSÃO DE CRATO

Aquilo que se está a passar com a colocação de professores só se pode explicar por uma das duas seguintes razões: ou a total incompetência da actual equipa ministerial; ou razões ideológicas para justificar um ataque à escola pública.

Se fosse o primeiro caso, qualquer pessoa decente que ocupasse o cargo de Ministro da Educação nestas circunstâncias ter-se-ia demitido imediatamente.

Como não foi isso que se passou, ou o ministro Crato não é uma pessoa decente e de boa-fé ou esta confusão tem outros objectivos…ou ambas as coisas.

Como o ministro Crato continua de pedra e cal, com a solidariedade de Passos Coelho e de todo o governo, parece-me então que o objectivo é outro e bem claro: humilhar os professores, poupar dinheiro nas “despesas” do Estado e por em causa a escola pública.

Este ultimo objectivo parece-me ainda mais claro, quando se começa a ouvir e a ler a opinião de comentadores geralmente conotados com as teses neoliberais a querer responsabilizar por este triste caso o “centralismo” do Ministério , apresentado esta situação como  um caso “normal” no actual sistema de colocações “centralizado”, desculpando, por um lado, os erros “cratos” e, por outro, aproveitando para defender o modelo de colocação de professores da Inglaterra, construído pela dupla Tatcher-Blair, argumento que é uma primeira porta para impor o modelo educativo neoliberal britânico, com resultados desastrosos em termos humanos e sociais.

A intervenção de Cavaco Silva vem , aliás, na senda dessas teses.

A colocação centralizada de professores tem inconvenientes, mas também tem vantagens e funcionou razoavelmente até meados da década de 80. Mesmo funcionando mal a partir de determinado momento, garantia no mínimo alguma objectividade na escolha dos professores, e, mesmo com algumas confusões, nunca atingiu o descalabro deste ano.

Aliás, o grande número de vagas levadas a concurso, explicam-se, em grande parte, como resultado da forma como o ensino e os professores têm vindo a ser tratados nos últimos anos, levando muitos decentes a reformarem-se antecipadamente ou a saírem do ensino, tornando-se a actividade docente cada vez menos uma actividade atractiva e respeitada.

Por outro lado, as desculpa da situação financeira do país tem atrasado a efectivação de muitos docentes que substituissem os que saíram em massa nos últimos anos.

Juntando a tudo isto as grandes alterações administrativas na organização da rede escolar, está traçado o caminho para "justificar" a  destruição da escola pública e para “normalizar” a actividade docente como uma actividade de saltimbancos e precários.

A confusão com a colocação de professores é apenas a ponta do iceberg do descalabro que se anuncia, como resultado das reformas apressadas e feitas para humilhar os docentes, com Maria de Lurdes Rodrigues, e do experimentalismo incompetente  de Nuno Crato, com a conivência de muitos.