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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

No Dia Mundial da Irradicação da Pobreza: a Comissão Europeia e o governo criam os pobres que depois vão "ajudar"...



A notícia talvez tenha passado despercebida a muitos.

Num canto da página 13 da edição do Público do passado dia 12 de Outubro, numa  notícia de dois parágrafos, anunciava-se que Portugal vai receber 19,5 milhões de euros “em ajuda alimentar da EU”.
Essa “esmolinha” vai ser atribuída no próximo ano ao abrigo de um programa de distribuição de géneros alimentares “aos cidadãos mais necessitados”. E quem o anunciou? Nada menos que a antidemocrática Comissão Europeia, que destina 500 milhões de euros a um programa de distribuição de géneros alimentares que visa “ajudar” cerca de 18 milhões (!!!) de pobres em 19 dos Estados-membros.

Ou seja, por um lado temos uma cínica Comissão Europeia, que nunca foi eleita por um único cidadão europeu ( a não ser por uns burocratas e alguns políticos), que apoia e incentiva medidas de destruição  de postos de trabalho, de  cortes nas ajudas sociais e apela ao empobrecimento geral da população europeia, além de os saquear com cargas fiscais pesadíssimas, recolhendo e poupando assim milhares de milhões de euros destinados ao seu próprio funcionamento, à ajuda do corrupto sector financeiros e garantindo mão-de-obra barata qualificada concorrencial com a mão-de-obra africana e chinesa , e, por outro lado, uma Comissão Europeia, caritativa, que destina uma quantia irrisória do seu orçamento para “ajudar” os pobres e miseráveis que eles criaram com as suas políticas.

Uma  situação que seria irónica, se não fosse trágica, e que hoje aqui recordamos, neste que é o DIA MUNDIAL DA IRRADICAÇÃO DA POBREZA, dia em que o Jornal de Notícias anuncia que as actuais medidas de austeridade vão levar a que mais de três milhões de portugueses  caiam na pobreza nos próximos tempos e no mesmo dia em que, esse jornal e o Público, revelam  um estudo que mostra que, até 2009, se conseguiu reduzir a pobreza, graças a medidas sociais que agora vão ser destruídas por este orçamento, abençoado pela mesma Comissão Europeia que nos vais dar um “esmolinha”, e se continua a agravar a situação do país, como um dos mais desiguais na Europa.
Não nos podemos esquecer que este governo e os seus “braços armados” na comunicação social insistem na defesa do  empobrecimento do país como terapia para se “sair” da crise, com a bênção daquela mesma Comissão Europeia.

Tanto cinismo e desrespeito pelos cidadãos já cansa…

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