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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Passos Coelho - "Perguntar à Peixeira se o Peixe está fresco".

No afã de “salvar o país”, o líder do maior partido da oposição e presumível próximo primeiro-ministro , vai hoje ouvir a opinião de “economistas, gestores e ex-ministros das finanças”.

Reunindo assim gente de “várias áreas” procura-se dar uma ideia de “abertura e pluralismo”. Contudo toda essa quantidade de gente, e de acordo com aquilo que já se conhece deles, pois são os mesmos que aparecem sempre a dar opinião na comunicação social, não vai revelar diversidade de opiniões, pois todos bebem na mesma obsessão pela “liberdade do mercado” contra o “peso do Estado”.

Não deixa de ser curioso que todos esses “economistas, gestores e ex-ministros das finanças” sejam exactamente os mesmos que têm sido responsáveis pela gestão do país, quer nos governos, quer nas empresas públicas e privadas, quer nas universidade onde se ensina economia e gestão, cuja prática das últimas décadas está à vista de todos.

Ou será que toda essa gente se vai prestar a participar no sacrifício que exige aos outros, prescindindo das chorudas reformas, dos prémios de gestão, dos escandalosos ordenados que a maior parte deles beneficia, para dar o exemplo?

Consultar essa gente para encontrar soluções para a grave crise que o país atravessa é a mesma coisa que Gorbachev ter reunido os ex-membros do Politburo , os velhos dirigentes do PCUS e os burocratas do regime, para perguntar com devia fazer a Perestroika e a Glasnost.

Base de Dados sobre a "Arte Degenerada", segundo o ideário nazi.


Obra de Franz Marc, um dos artistas "degenerados", segundo o nazismo.
Ver mais sobre a base de dados agora disponibilizada AQUI.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

30 anos sem Alfred Hitchcock

... Há que confessar que é muito tempo, até porque Brian de Palma, que muito prometia como seu seguidor, se deixou ficar pelo caminho com uma filmografia aos altos e baixos.
Confesso que, não sendo muito dado a fanatismos, sou fanático por Alfrede Hitchcock, falecido faz hoje 30 anos, tinha ele então 81 anos.
Para o recordar deixo-vos com este excelente dossier incluido na página on-line de hoje do El Mundo, e que podem consultar AQUI.
Hitchcock sempre...

Ruivaco-do-oeste em vias de extinção

(clicar no título para ler mais, ou AQUI)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Uma boa escolha?

Depois de ter "chutado para cima" Victor Constâncio, o governo escolheu para o substituir no Banco de Portugal Carlos Costa, com "muitas boas referências" no sector bancário.
Parece contudo que, também este, tem imensos telhados de vidro, como é hoje revelado pelo Público.
Será que estamos condenados a gente com este passado para nos governar as economias?
Num meio que vive da especulação e das trafulhices financeiras, talvez esta seja uma boa imagem a transmitir aos piratas das empresas de rating.
Mas penso que o cidadão comum e pagante começa a aceitar cada vez menos este tipo de situações, só não se sabendo qual será a sua reacção.
À beira do abismo por si criado será que é com escolhas destas que o mundo financeiro procura dar uma "boa imagem" do país?

terça-feira, 27 de abril de 2010

Portugal atacado pelo terrorismo financeiro

Portugal está hoje nas bocas do mundo e pelas piores razões.

A falta de solidariedade dos grandes da Europa para com a Grécia volta agora as atenções das agências de pirataria e de especulação financeira para Portugal.

Agora que não podem mais esmifrar a pobre Grécia, atacam o segundo elo mais fraco e, de seguida, a Espanha, a Irlanda e o que mais se verá, até à destruição final do euro .

Os bit ates de dois consultores duma dessas empresas de pirataria financeira, pomposamente classificado por “agência de rating” provocaram hoje abalo até em Wall Stret, garantindo provavelmente o lucro de meia dúzia de especuladores em troca da ruína de um país.

Perante a situação só há duas vias possíveis:

Ou ceder à chantagem dessas agência de pirataria engravatada, agravando as condições de vida dos trabalhadores e do que resta da classe média portuguesa,

Ou enfrentar a besta, assumindo uma atitude agressiva perante as instituições europeias, obrigando-as a agir solidariamente ao lado dos países saqueados, denunciando as intenções de terrorismo financeiro levadas a cabo por essas agências de rating.

Infelizmente desconfio que os nossos políticos do centrão, ao contrário do que já está a fazer Zapatero em Espanha, vão amochar e cortar a eito em todo o trabalhador que mexa.

Vitto Cervantes, um fotógrafo latino-americano



O espaço no faceboock do "Latin American Art" continua a surpreender-nos diáriamente com a qualidade de artistas latino americanos, a maior parte ilustres desconhecidos aqui no "ocidente".
Um dos que foi divulgado recentemente foi o fotógarfo peruano, nascido em 1977, Vitto Cervantes, cuja qualidade aqui divulgamos:





















segunda-feira, 26 de abril de 2010

Hubble - como o universo "cresceu" nos últimos 20 ano.


Passaram ontem vinte anos sobre o lançamento para o espaço do telescópio Hubble.
Apesar de "vesgo", "defeito" que foi posteriormente corrigido, o Hubble conseguiu divulgar imagens fantásticas do universo,ao longo destas duas últimas décadas.
Com ele o Universo passou a ser mais vasto e melhor conhecido.
Estas são algumas das imagens com que ele "nos brindou":
















domingo, 25 de abril de 2010

No dia 25 de Abril, respirar "Abril".

 Sugerimos-lhes várias páginas na internet com documentos e notícias para a história do 25 de ABRIL, como a da Associação 25 de Abril, a do Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra, a edição digitalizada do nº5 da revista Camões, do Instituto Camões, bem como o dossier "O 25 de Abril contado em video", do jornal Expresso on-line, a reportagem do Jornal de Notícias sobre "As Mulheres dos capitães de Abril", a reportagem do Diário de Notícias "A Revolução passou por aqui", ou as actividades do Museu da Presidência da República, comemorativas desta data.
Entretanto, recordamos aqui algumas das primeiras páginas da imprensa desse dia e dos dias seguintes:














O "Meu" 25 de Abril



Quando fui acordado pelo meu pai, às 8.30 da manhã daquele dia 25 de Abril, estava longe de imaginar o impacto que esse acontecimento acabou por ter na vida da minha geração, então a sair da adolescência e a entrar na idade adulta.

Para um então jovem idealista, com dezoito anos acabados de fazer, pareciam-se abrir todas as portas para o possível e o impossível.

Eu era então um privilegiado, pois estava minimamente alertado para os problemas políticos, sociais e culturais com que o país se debatia, por ser filho de um ex-preso político, homem da oposição e activista cultural atento, que em casa falava de muita coisa que nos despertava, a mim e ao meu irmão, para o mundo que nos rodeava, ao contrário do que acontecia com a maior parte dos meus colegas de escola, cuja formação e informação eram limitadas por uma educação escolar anti-democrática e uma férrea censura.

Poucos meses antes do 25 de Abril tinha iniciado a minha actividade cívica, quer no campo da política quer no campo da cultura.

Tinha assistido aos primeiros comícios políticos em 1973, por ocasião da campanha eleitoral para as eleições parlamentares desse ano, e pude assistir à falta de liberdade que então existia, com os comícios da oposição interrompidos pelas “autoridades” , ou cercados pela polícia de choque.

Envolvi-me então em reuniões políticas clandestinas, ligadas ao MDP-CDE, muitas delas em casa do Francisco Manuel Fernandes, tendo sido escolhido, juntamente com o Hélio e o Porfírio, para fazer parte da direcção de uma comissão clandestina dos alunos do Liceu de T. Vedras. Pela primeira vez viveu-se nessa escola alguma agitação política, com distribuição clandestina de comunicados, pinturas nas paredes, interrogatórios a alunos por parte da direcção da escola e a presença habitual da PIDE (então chamada de DGS).

Por essa ocasião fui convidado a entrar para o PCP, convite que não aceitei por me afirmar adepto da social-democracia e considerar que aquele partido ainda não se tinha libertado do autoritarismo stalinista, mas aceitei colaborar na distribuição da propaganda política daquele partido, já que era o único a fazer frente, de forma organizada, à ditadura, e por considerar que apoiaria todos os partidos e movimentos que se organizassem para lutar contra o regime. Esta posição que então tomei pode ser confirmada por uma das pessoas acima referidas.

Em termos culturais, dirigia então um “fanzine” de banda desenhada, o “Impulso”, dos primeiros editados em Portugal, citado nas principais histórias da B. D. portuguesa, de cuja redacção faziam parte, de entre os que eu me lembro, o Antero Valério, o Joaquim Esteves, o Carlos Ferreira, o Calisto, o José Eduardo (“Zico”), o meu irmão Mário Luís, o João Nogueira (“Janeca”) e o Mário Rui Hipólito.

Em Janeiro de 1974 fui eleito para a direcção do cine-clube, dirigido pelo Emílio Gomes e da qual faziam parte o José Travanca, o Aurelindo Ceia, o Celestino Pereira, o José Alfredo Saraiva, o António da Palma e a Ana Damião, presidindo à Assembleia Geral o António José Bernardes, secundado pela Cecília Travanca e por Luís Pio, pertencendo ao Conselho Fiscal Joaquim Rodrigues, Mário Rui Hipólito e José Augusto Gomes.

Se recordo esse nomes, faço-o porque o seu envolvimento nesses projectos acarretava então alguns riscos pessoais, tanto mais que se vivia um período de forte inovação e renovação cultural, visto com desconfiança pelo poder ditatorial de então a braços com uma grave crise de sobrevivência. Nomeadamente a direcção do cine-clube apresentava-se com um programa de actividades que, a não ter havido 25 de Abril, se confrontaria, mais tarde ou mais cedo, com as autoridades, repetindo-se provavelmente uma situação idêntica àquela que essa associação viveu nos anos 60, com o afastamento compulsivo e prisão de alguns dos seus dirigentes associativos.

Sobre o dia 25 de Abril, tendo ficado dele uma memória pessoal bem viva, possuo um valioso auxiliar de memória num rascunho que esbocei na altura a lápis, onde registei o que fiz entre os dias 25 e 30 de Abril de 1974.

Acordado pelo meu pai de manhã, a alegria que se viveu então em família e entre amigos foi indescritível, eivada contudo por algum temor em relação ao desenrolar dos acontecimentos, não se sabendo muito bem quem estava por detrás do golpe militar. Havia o receio que os “ultras” pudessem estar por detrás de tudo.

Esse dia vivi-o entre a minha casa, onde ouvi e gravei alguns comunicados emitidos na rádio, o liceu, que encerrou à tarde, e a casa do Mário Rui Hipólito, aqui na companhia do Jacinto Leandro, o actual presidente da Câmara de T. Vedras.

Na noite desse dia raelizou-se um improvisado comício de esclarecimento do MDP-CDE no Largo da Graça.

A grande manifestação de alegria e de apoio aos militares teve lugar na tarde do dia seguinte, com uma grande manifestação que percorreu as ruas de Torres Vedras, tendo eu nessa noite ido para Peniche assistir à libertação dos presos políticos , que só se concretizou na madrugada do dia 27. Na tarde deste dia, três dos presos libertados foram recebidos em festa no Largo da Graça. Nesse mesmo dia uma força do MFA veio a Torres Vedras para ocupar as instalações da Legião Portuguesa, no edifício onde veio a funcionar a Creche do Povo (ao lado do Teatro-Cine), prender o “chefe” local da PIDE e desarmar a GNR. A 28 de Abril realizou-se na sede do CAC uma reunião aberta à população onde foi escolhida uma comissão para dirigir provisoriamente os destinos do município.

A 29 de Abril eu e os meus colegas do “Impulso” redigimos um manifesto intitulado “Por uma nova Banda Desenhada” enviado a toda a imprensa nacional, que o publicou. Com a data de 26 de Abril foi cedida ao Cine-clube, pela Fundação Gulbenkian, uma máquina de projecar de 16 mm que permitiu a esta associação conhecer então uma intensa actividade nas zonas rurais do concelho.

Políticamente, aderi em Junho ao Partido Socialista, tendo sido fundador local da Juventude desse partido, sendo também eleito para a primeira associação de estudantes do Liceu.

Cedo me desiludi com a vida partidária, tendo passado a apoiar esporadicamente candidaturas e projectos políticos, sem nunca me comprometer como militante, acreditando mais na acção fora dos partidos e no direito à diferença . Foi nesse espírito que me envolvi nas candidaturas presidenciais de Otelo Saraiva de Carvalho, Lurdes Pintasilgo e Jorge Sampaio, que me candidatei em eleições municipais pelos GDUP’s e pela CDU, ou tenho apoiado, mais como voto de protesto do que por identificação total com os seus programas, ora o Bloco de Esquerda, ora a CDU, nas eleições legislativas e europeias.

Mais do que na vida política, tenho-me envolvido com mais entusiasmo na vida cultural, recordando aqui projectos como o “Área”, que esteve na origem da Cooperativa de Comunicação e Cultura, as rádios locais, tendo participado nalgumas das primeiras emissões piratas, na Rádio Estremadura e na Rádio Oeste, e fazendo parte de algumas associações culturais, como a Associação de Defesa do Património.

Participei activamente em vários projectos jornalisticos, tendo começado pelo “Oeste Democrático”, continuado no já mencionado “Área”, e acabando no “Zona Oeste”. Tenho além disso colaborado activamente em muitos jornais e revistas, com destaque para o “Badaladas”.

Os meus interesses actuais estão mais virados para a investigação histórica, nomeadamente sobre o concelho de Torres Vedras, sendo autor e co-autor de alguns livros publicados sobre a sua história.

Sem a liberdade trazida pelo 25 de Abril estou convencido que muitos daqueles projectos não teriam sido possíveis e toda a vida das pessoas da minha geração teria sido bem mais difícil, pois, a prolongar-se o regime por muito mais tempo, não nos teríamos escapado ao envolvimento na guerra colonial, com as consequências conhecidas.

Para se completar o espírito do 25 de Abril falta ainda caminhar muito na via da educação, da cultura, da defesa do ambiente e do aprofundamento da participação cívica da população, que não se pode esgotar nos partidos políticos e no dia das eleições.

Pesem todos os erros, abusos e dificuldades, o 25 de Abril valeu a pena, e ficará na minha memória como um grande dia da minha vida, só comparável com o dia do nascimento da minha filha.

sábado, 24 de abril de 2010

Fotografias do 25 de Abril

Devemos a Alfredo Cunha , a Carlos Gil e a Eduardo Gageiro algumas das fotografias mais emblemáticas do 25 de Abril.
Aliás, quem quiser revisitar alguns desses momentos fotográficos tem a partir de amanhã, e até ao próximo dia 15 de Junho visitar uma exposição dedicada a Carlos Gil, falecido em 2001, intitulada "A revolução de Abril no Olhar de Carlos Gil", na FNAC do Chiado, estando igualmente patente uma outra exposição dedicada a esse fotógrafo na Fundação Mário Soares.
Aqui recordamos algumas das fotografias mais emblemáticas desse dia, da autoria daqueles fotógrafos e de outros menos conhecidos:
































Algumas destas fotografias e muitas outras podem ser visitades nos sites do Centro de Documentação 25 de Abril