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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O Porto merece...


(Porto, 1944)

A cidade do Porto está, desde há largos anos, enraizada na História do Cinema Português, cidade impar como geradora de dinâmicas e criatividades várias no universo da 9ª Arte.
Foi nessa cidade, é bom recordá-lo, que nasceu o cinema português, pela mão de Aurélio Paz dos Reis(1862-1931), que nela obteve as primeiras imagens da sua autoria, a saída dos operários da Fábrica Confiança, e nela projectou pela primeira vez as suas curtas metragens no Teatro Príncipe Real, actual Teatro Sá da Bandeira, no dia 12 de Novembro de 1896.


(Aurélio Paz dos Reis,o "pai" do cinema Português)


No ano em que falecia Paz dos Reis, em 1931, estreava-se a primeira obra de Manoel de Oliveira, “Douro, Faina Fluvial”, uma referência na história do cinema documental, sendo o próprio Oliveira o mais consagrado cineasta português, o mais antigo em actividade a nível mundial.


Manoel de Oliveira


As iniciativas ligadas ao cinema têm sido uma constante na vida cultural do Porto, desde a existência, ao longo do século XX de um dinâmico movimento cineclubista, até à realização de festivais de cinema com a projecção mundial do Fantasporto, este fundado, como “mostra”, em 1981.
Ainda no que respeita ao Movimento Cineclubista, recorde-se que  nasceu no Porto o primeiro Cineclube Português, a “Associação dos Amigos do Cinema”, que funcionou entre 1926 e 1927. Seguir-se-iam outras iniciativas do género, como a fundação do Clube Português de Cinematografia em 1945, que deu origem ao histórico Cine-Clube do Porto, o Cine-Clube Universitério do Porto, em 1955, o Clube Universitário de Cinema em 1959, ou, mais recentemente, nos anos 80, o Cine-Clube do Norte, entre outras iniciativas do género.
No seio desse movimento destacaram-se vários e inovadores estudiosos do fenómeno cinematográfico, como Henrique Alves Costa (1910-1988), tornando-se o Porto o centro de uma região, o Norte do país, onde o movimento cineclubista e o interesse pelo cinema encontrou sempre um grande entusiasmo.


(O primeiro filme português foi feito no Porto - Saída dos operários da Fábrica Confiança- 1896)


Por tudo isso, a cidade do Porto é mais do que merecedora da criação de um pólo da Cinemateca Nacional, como ontem foi anunciado pela Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, que acrescentou desejar que esse pólo se tornasse a sede do valioso acervo de Manoel de Oliveira, actualmente ao cuidado da Casa do Cinema Manoel de Oliveira.
Haja vontade política e o necessário apoio financeiro, e o Porto pode tornar-se o grande centro do Cinema Português.

(cena do Filme de Manoel de Oliveira "Douro, faina fluvial" - 1931)

domingo, 29 de novembro de 2009

Extrema-direita Suiça relança Guerra Santa...


A maioria dos eleitores da Suíça correspondeu ao apelo da extrema-direita nacional e votou hoje maioritariamente, com 57,5% dos votos, a proibição da construção de novos minaretes no território da Confederação.

Apenas quatro cantões recusaram a proposta racista, Genève, Bâlle-Ville, Vaud e Neuchâtel.
Segundo o governo daquele país, dito desenvolvido e evoluído (como o era a Alemanha do tempo de Hitler..) apenas os quatro minaretes já existentes se manterão.
O referendo vai obrigar a alterar a Constituição do País, que consagrava o respeito pelas diferentes culturas.
O partidos dos Verdes desse país já anunciou que vai apresentar um recurso da decisão ao tribunal europeu dos Direitos do Homem de Estrasburgo.
Na Suíça vivem 300 mil muçulmanos, 4% da população.

A extrema-direita Suiça, com grandes meios económicos e com uma campanha baseada no medo, ganhou o referendo de hoje.

sábado, 28 de novembro de 2009

O Cartoon da Semana- Jorge Delmar


(Clicar sobre o desenho para ver maior)

Cartoon de Jorge Delmar in REFLUXO

Ordens do Dia de Beresford (7) Setembro a Novembro de 1809


SETEMBRO , OUTUBRO e NOVEMBRO de 1809


O trimestre de Setembro a Novembro de 1809 passou-se nalgum sossego, aproveitando-se para tomar medidas de organização e disciplina no exército, permanecendo o Quartel General, ao longo desse tempo, no Quartel de Calhariz:
“O Exercito tendo voltado aos quartéis, em que actualmente se acha, por motivo de poder mais promptamente tornar a pôr-se em estado de renovar as operações pela facilidade, que assim há de prover os Soldados dos artigos do Vestuario” recomendando-se aos oficiais do comando que “aproveitem a occasião, não somente pelo que respeita ao Vestuario, mas também para a disciplina, e para tudo que póde concorrer para o restabelecimento, e prevenção da saúde dos Soldados; e para este ultimo objecto, o aceio he absolutamente necessário”, responsabilizando os oficiais por manterem os soldados que estão sob seu comando “sempre lavados, barbeados, em fim aceados no corpo, na cabeça, nas mãos, e nos pés”. Para esse fim, considera necessário “que cada Soldado esteja sempre fornecido de sabão (…) assim como outros pequenos artigos para o seu aceio, e do seu Vestuario, como pentes, escovas, &c. O Soldado Portuguez deseja tanto, como qualquer outro, apresentar-se com ar de Soldado, e aceio, que he natural” (OD, 11 de Setembro de 1809).
Recomendava-se ainda que “He bem necessário, que cada Soldado escove o seu fardamento todos os dias, o que sendo-lhes determinado, deve ser castigado se o não fizer. Deve ser prohibido o costume de se deitarem sem se despirem” (OD, 26 de Setembro de 1809).
A falta de hábitos de higiene, bem como os hábitos de desprezar o vestuário, levaram a que “O Marechal Commandante em Chefe “ observando “que os Soldados trazem durante o dia os seus capotes, e mesmo em todas as occasiões” explicasse que “os capotes só são para o serviço da noite, e he impossível, que usando-os como os usão presentemente elles possão durar. Toda esta neglicencia he falta de attenção dos Officiaes, e Officiaes inferiores, e ordena o Marechal Commandante em Chefe, que os capotes andem enrolados, durante o dia, e que não se ponhão senão durante a noite, e do serviço, e que os soldados procurem garupas, para os trazerem, quando estiverem de guarda, e quando marcharem, occasiões nas quaes os devem conservar enrolados durante o dia” (OD, 20 de Novembro de 1809).
Referindo-se às dificuldades no fornecimento de víveres para as tropas apelava-se aos comandantes dos diferentes corpos do exército “para que hajão de se contentar com a etapa dos géneros, que às Administrações, e feitorias for mais fácil fornecer (…) e igualmente para que a Tropa receba a ração de vinho hum dia sim, outro não, devendo satisfazer-se-lhe depois no fim do mez as rações, que deixarem de receber, a razão de vinte réis por cada ração” (OD, 1 de Novembro de 1809).
A disciplina era outro dos problemas habituais:
“O Marechal (…) tem observado que nas differentes Guardas estãoeffectivamente auzentes muitos homens, prática contra todas as regras militares” ordenando que os oficiais visitem com frequência as Guardas, “tanto de noite, como de dia” (OD, 23 de Outubro de 1809).
A constante deserção dos soldados era outra das consequências da falta de disciplina militar:
“O Sr. Marechal observando, que são de nenhum effeito os meios suaves para obstar á deserção dos Soldados do Exército, pois que esta continua com a mesma frequência, cuja causa só póde ser falta de patriotismo, ou fraqueza, procurando assim evitarem combater com o inimigo” avisa mais uma vez que “todo o que desertar depois desta Ordem, soffrerá em todo o rigor a pena que a Lei impõe aos desertores em tempo de Guerra, sem que haja com elles indulgencia alguma” (OD, 22 de Setembro de 1809).
Em Setembro e Outubro de 1809 deram-se vários julgamentos por deserção ou indisciplina , que deram lugar a prisão e degredo para África, ou a libertação por falta de provas.
Houve também condenações à morte, comutadas algumas, como aconteceu em Novembro a duas penas de morte por deserção para, substituídas respectivamente “cincoenta pancadas de espada”, num caso, e seis anos de degredo para Angola, noutro caso. (OD, 12 de Novembro de 1809).
Com o objectivo de aproveitar este período de alguma acalmia militar, procederam-se a várias promoções, principalmente nos meses de Outubro e Novembro, tendo em vista preparar e reorganizar os comandos para os novos confrontos que de adivinhavam para breve.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Recordar Melo Antunes


No dia em que passam dez anos sobre o falecimento de Melo Antunes, decorre, hoje e amanhã, um congresso na Gulbenkian sobre a importância política e social desse destacado capitão de Abril.

Melo Antunes é considerado o teórico do 25 de Abril, tendo feito um percurso de vida e político coerente com a defesa da liberdade e da democracia.
No programa desse congresso, que pode ser visto AQUI, incluem-se várias ligações para vários documentos de e sobre Melo Antunes, fundamentais para se perceber a nossa história contemporânea.
Odiado pela direita e desprezado por uma certa esquerda, Melo Antunes nunca será esquecido pelo seu papel fundamental na consolidação da democracia portuguesa.

ARTE OU DISPARA[R]TE?



Na sua edição desta quinzena, o Jornal de Letras, pela pena de Helder Macedo, retoma uma polémica que nos questiona, não só sobre os caminhos da arte actual, como sobre os limites da própria arte.
Retoma um acontecimento que teve lugar há pouco mais de dois anos, e que pessoalmente julgava morto e enterrado, pensando mesmo que não passava de um mito urbano.
Segundo Helder Macedo, um “artista conceptual recolheu um cão abandonado, atou-o a uma corda e deixou-o morrer lentamente de fome e de sede. Durante vários dias, o artista e os visitantes da galeria presenciaram a agonia do animal, que finalmente morreu”.
Resolvi investigar na internet e descobri várias notícias sobre o assunto.
Acontece que, de facto, aquela “performance” teve lugar e foi seu autor Guillermo Vargas, mais conhecido por Habacuc, “artista” nascido na Costa Rica em 18 de Setembro de 1975.
Ao que parece é muito famoso no seu país, ganhando agora fama mundial, e essa exposição, realizada em Agosto de 2007 em Manágua, capital da Nicarágua, foi a sua primeira mostra individual, intitulada “Natividade - la “Expósicion nº1”.
Habacuc explicou que essa “instalação” partiu da reacção à morte de uma indigente nicaraguense, de nome Natividad, que foi morto num bairro da capital da Costa Rica por dois rotweiller, perante a indiferença geral de quem passava, nomeadamente polícias e bombeiros.
Foi essa a fonte de inspiração para a realização da polémica instalação que constava da apresentação de um cão vadio, a quem ele chamou de Natividad, apanhado nas ruas da cidade por crianças pagas pelo “artista” entre os milhares de cães vadios que percorrem as ruas de Manágua.
Amarrado a uma corda, sem comida nem bebida num canto da galeria, esperando pela morte, o animal jazia prostrado sob uma frase escrita na parede com ração para cães onde se podia ler “eres lo que lees”.
Até aqui todas as fontes coincidem. Onde não existe acordo é quanto ao verdadeiro destino do cão.
Para uns, muitos mesmo, partindo de denuncias na blogosfera ou da responsável pela página de cultura do jornal nicaraguense La Prensa, o cão morreu mesmo, perante a indiferença generalizada do artista e dos visitantes.
Para outros, poucos, tudo não terá passado de uma encenação, já que o cão só permanecia no seu lugar da galeria durante três horas, sendo alimentado nos intervalos, tendo fugindo (fuga conveniente!) ao terceiro dia, do pátio onde ficava durante as pausas, como explicaram os responsáveis pela galeria.
A ambiguidade do próprio “artista” contribuiu para adensar o mistério, que atingiu proporções internacionais quando ele foi escolhido para representara o seu país na Bienal Centro Americana de Arte que se realizou nas Honduras em 2008.
Em declarações ao Nación, jornal da Costa Rica, Habacuc afirmou:
“Me reservo decir si es cierto o no que el perro murió. Lo importante para mí era la hipocresía de la gente: un animal así se convierte en foco de atención cuando lo pongo en un lugar blanco donde la gente va a ver arte pero no cuando está en la calle muerto de hambre. Igual pasó con Natividad Canda, la gente se sensibilizó con él hasta que se lo comieron los perros”.
Acrescentou ainda que os visitantes da sua exposição “Nadie llegó a liberar al perro ni le dio comida o llamó a la policía. Nadie hizo nada”. Esta afirmação foi desmentida por alguns visitantes que teriam apelado ao “artista” para libertara o cão, pedido que ele sempre recusou.
Ainda em declarações àquele jornal, questionado se chegou ou não a alimentar o animal, o “artista” negou-se a responder.
Interrogado porque motivo não utilizou outro “meio de expressão”, respondeu que recolhia o que via e que o “perro está más vivo que nunca porque sigue dando qué hablar”.
Foi então que várias associações de defesa dos animais fizeram circular uma petição contra a presença do “artista” naquela bienal, que terá recolhido, conforme as fontes, entre duas ou quatro milhões de assinaturas. Ironicamente o próprio Habacuc confessou ter assinado a petição.
Foi digno de se ver o esforço de muitos bloguistas, entre os quais alguns portugueses, apoiantes da “arte” de Habacuc, tentando desvalorizar essa petição (neste caso foram mais papistas que o próprio “artista”): “que os defensores dos animais não passam de uns fundamentalistas, cheios de fantasias da Disney sobre o pretenso sentimento dos animais”; “que o cão não terá sido morto, nem humilhado”; “que os dias passados naquela galeria até foram os melhores dias na vida do canídeo”; “que matar um cão ou uma aranha é tudo a mesma coisa, porque os animais não tem sentimentos”, “que, se o artista violou os direitos dos animais, todos os dias são violados direitos humanos”, etc…, etc…
Este último argumento, então, é de bradar aos céus. Mesmo que o cão não tenha morrido, é evidente, apenas com base nos factos minimamente comprovados e nas próprias declarações de Habacuc que o “artista” violou vários artigos da Declaração Universal dos Direitos dos Animais.
Registe-se que esse documento foi proclamado pela UNESCO em sessão realizada em Bruxelas, no dia 27 de Janeiro de 1978, quando o “artista” tinha três anos de idade, e posteriormente ratificada pela ONU, como se vê, organizações formadas por “perigosos e fundamentalistas defensores dos animais”.
Tentar desculpar a falta de respeito por esse documento com o argumento do não cumprimento de outro documento, o da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é ridículo e intelectualmente criminoso.
Quanto aos argumentos que negam capacidades de sentimentos por parte dos animais, deviam ler com mais atenção Konrad Lorenz (que alguns chegam a citar) ou Desmond Morris. Argumentos parecidos foram usados por Hitler contra os judeus ou pelos racistas norte-americanos contra os direitos dos negros.
Houve até quem pusesse em causa se aquela instalação alguma vez existiu, que não teria passado de uma bem montada e urdida mistificação propagandística. Esta tese, contudo, acaba desmentida pelo próprio “artista” e pelos responsáveis pela galeria.
Segundo o jornal Mexicano El Universal, aberrações artísticas como esta existem muitas, à sombra de uma pretensa “Arte Conceptual” que serve de desculpa para tudo.
Eu próprio me recordo da polémica, há poucos anos atrás, provocada pelo facto de a Tate Modern negociar a compra das fezes de um “artista” conceptual italiano, que as tinha integrado numa sua instalação, ou de outro episódio ainda mais caricato, passado numa galeria da Figueira da Foz, provocado por uma agência de limpeza que, com excesso de zelo, teria recolhido para o lixo uma sanita partida que fazia parte de uma instalação aí exposta.A empresa de limpeza teve de pagar uma indemnização ao “artista”, provavelmente no valor de uma sanita nova.
À custa de quererem ser tão “modernos” e tão”conceptuias”, muitos artistas esquecem-se que os pressupostos dessa arte não são tão “contemporâneos” como isso, pois já estava tudo na atitude dos vanguardistas do início do século passado.
A célebre frase-ensaio de Marcel Duchamp (1887-1968), segundo a qual “será arte tudo que eu disser que é arte”, que justifica a tal “arte conceptual”, foi escrita há quase cem anos. De forma apressada muitos interpretaram-na à letra, sem perceberem a intenção critica e irónica dessa artista nos seus “ready-mades”, aplicado na sua obra mais conhecida, “Fonte”, de 1917, um urinol assinado por ele, descontextualizado das suas funções habituais.
Sou um apreciador da “arte conceptual” e admiro-a por ter aberto novas portas à arte contemporânea, mas reconheço que, à sombra da “arte conceptual” muitos “artistas”, com falta de arte e engenho, usando uma pretensa “provocação artística”, procuram a todo o custo os seus 15 minutos de fama (outra frase irónica que muitos levam a sério, esta com cerca de quarenta anos, da autoria de Andy Warhol).
Em último caso, tal pretensa provocação e as costas largas da arte conceptual tudo podem justificar. À luz dessa atitude, ainda vamos ouvir dizer que o Holocausto não passou de uma bem planeada performance, conceptualmente programada por um estudante de artes plástica, de seu nomo Adolfo.
Por mim faço desde já uma proposta “conceptual”. Caso o tal Habacuc venha expor os seus cães em Portugal, proponho que, num acto de pura provocação artística, se peçam de empréstimo à Tate as tais fezes artísticas, que com elas se barre o artista costa-riquenho, e, no final, se contrate a empresa de limpeza da Figueira da Foz para limpar tudo…

(Ver mais documentos, notícias e fotografias sobre esta situação no meu blogue A FORMA E A LUZ)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A História de Madrid em Fotografias "caseiras".

A ideia é um daqueles “ovos de Colombo” que estão por detrás das grandes iniciativas.

Em 2007 o Arquivo Fotográfico da Administração Regional de Madrid iniciou um trabalho de recolha do espólio fotográfico que os madrilenos reuniram em suas casas desde o século XIX.
Essas fotos caseiras, desde as obtidas como o deguerrotipo usado no início do século XIX até às reproduzidas com as actuais máquinas digitais, permitem retratar a vida quotidiana de Madrid desde 1839 até ao ano 2000.
Os madrilenos, entre fotógrafos amadores e profissionais, aderiram entusiasticamente a essa iniciativa cedendo mais de 20 mil imagens, das quais 450 podem ser vistas, desde o passado dia 24 até o próximo dia 31 de Janeiro de 2010, na sala de exposições Canal de Isabel II (c/ Santa Engracia, 125), em Madrid.
A exposição, intitulada “Madrileños. Un álbum Colectivo”, é apresentada por ordem cronológica e por temas (retrato, profissões, espectáculos, conflitos, etc.) e por localidades pertencentes à região de Madrid, distribuindo-se por três pisos.
Organizada pela Vice-presidência, Conselho de Cultura e Desporto e Porta-voz do Governo espanhol, conta com a colaboração da PHotoEspaña, sendo comissariada pelo jornalista, fotógrafo e editor gráfico Chema Conesa.
Para quando em Lisboa uma iniciativa dói mesmo género?
Reproduzimos , do jornal El País, algumas dessas fotografias que permitem uma outra imagem de Madrid e das suas gentes:


Vendedor de bebidas nas ruas de Madrid, s/d.



"Plaza Cibeles", Madrid 1912



Retrato de famíla - Madrid 1930



Grupo mulheres (de baile ou teatro?) madrilenas - 1930



Família "sobre rodas" -  Madrid, 1947



Padre em festa popular, fazendo tiro ao alvo ao lado de um Guarda Civil -1954



Sofia Loren visitando o Escorial, 1956.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O "Meu" 25 de Novembro...


Vasco Lourenço, o homem que humanizou o 25 de Novembro


Onde estava eu no 25 de Novembro?

No lado errado da história, como me aconteceu muitas vezes, umas com razão, outras , nem por isso.
Hoje, à distância de 34 anos, ainda bem que aconteceu o 25 de Novembro, aquele e não o que muitos ainda imaginam que foi ou devia ser.

Por essa altura a esperança do 25 de Abril já tinha começado a azedar.
À esquerda e à direita contavam-se armas.
O extremismo tinha tomado conta do diálogo, da liberdade e da descoberta que tinham sido despoletadas em 1974.
À direita praticavam-se impunemente actos de terrorismo, matando gente suspeita de ser de esquerda, incendiando-se sedes partidárias, procurando um “Pinochet” local que a vingasse.
À esquerda ocupavam-se fábricas, casas, terras, umas vezes com razão, muitas, talvez a maioria, apenas para demonstrar quem era o mais radical, arruinando quem não merecia ser arruinado. Estupidamente, essa mesma esquerda espalhava o poder pela rua, ateando fogo à embaixada de Espanha e cercando a sede do poder democrático.
Hoje, muito dessa gente prolifera nos partidos do centrão, nas imprensa, nas “empresas”, nas administrações de empresas públicas, gente séria e engravatada, a debitara loas ao neo-liberalismo e ao mercado livre.

Todo este clima se reflectia nos quartéis, provocando divisões entre a única estrutura de poder credível, o MFA, levando o país à beira, ou da Guerra Civil, ou de um golpe militar da esquerda ou da direita radicais.
O governo tinha um desvairado à sua frente, Pinheiro de Azevedo, que apagava o fogo com gasolina e havia decidido, num acto de plena loucura, declarar uma greve do governo, depois de aprovar a destruição à bomba das antenas da Rádio Renascença.

Hoje sabe-se que o 25 de Novembro não foi uma tentativa de golpe de estado da esquerda, apenas o aproveitamento de uma acção de protesto dos esquerdistas pára-quedistas, que fizeram desencadear um movimento, minuciosamente preparado pelos militares moderados que procuravam repor o caminho democrático da revolução de Abril.
Na extrema-esquerda pretendia-se aproveitar essa reacção ao protesto dos pára-quedistas para impor um regime cujo desfecho não era muito claro, tantas eram as divisões no seu seio. Com isso pretendiam arrastar o PCP e Otelo Saraiva de Carvalho para a sua aventura. Felizmente prevaleceu o bom senso, quer da parte de Álvaro Cunhal, quer da parte de Otelo.
Na extrema-direita, militarmente dominada por Jaime Neves e Pires Veloso, apostava-se num golpe sangrento e vingativo contra a esquerda, nem que fosse à custa da guerra civil.
Felizmente o golpe foi controlado por homens como Vasco Lourenço, Melo Antunes, Salgueiro Maia, ou Ramalho Eanes, contando com a solidariedade de Costa Gomes.
Assim o 25 de Novembro não foi, felizmente, aquilo que muitos desejavam, nem aquilo que muitos ainda hoje dizem que foi, mas foi a única via possível para preservar algumas das conquistas mais importantes do 25 de Abril, como a Liberdade, a Democracia e parte das conquistas Sociais obtidas nesse ano e meio.

Entre o 25 de Abril de 1974 e o 25 de Novembro de 1975, toda uma geração, como a minha, viveu a Revolução Francesa e o 18 do Brumário, a revolução de Fevereiro e a revolução de Outubro de 1917, o Maio de 68 e a euforia e a desilusão, por antecipação, da queda do Muro de Berlim.

Nem que fosse por isso, valeu a pena… mas a festa tinha de acabar. Ainda bem que acabou nesse 25 de Novembro de 1975. Podia ter acabado bem pior…

(Este não é um texto histórico, pelo contrário, foi escrito á flor da pele e de memória).

terça-feira, 24 de novembro de 2009

"Constantinices"...


Segundo anunciou hoje ao fim da tarde o “Diário Económico”, na sua edição on-line, Victor Constâncio veio esclarecer que, na" verdade (..) não sugeri, nem defendi, nem recomendei um aumento de impostos”.

"O que eu fiz foi chamar a atenção para o facto de que até 2013 temos de trazer o défice do orçamento para um valor inferior a 3% e isso vai requerer novas medidas ou do lado da receita ou do lado da despesa. É claro que do lado da receita inclui impostos, se for essa a escolha", explicou o Governador do Banco de Portugal aos jornalistas.
Ainda segundo aquele jornal, Constâncio adiantou que “tanto ele como o Banco de Portugal "não nos pronunciamos sobre formas de fazer a política orçamental, pronunciamo-nos do ponto de vista como deve evoluir o défice e o impacto que isso tem nas contas públicas".
Ora, pelo contrário, toda a gente ouviu nas rádios e nas televisões de Portugal, ontem à noite e hoje de manhã, "um senhor" muito "semelhante" ao sr. Victor Constâncio afirmar que admitia a necessidade de “um aumento de impostos, não em 2010, mas até 2013”, tendo em conta o nível do défice orçamental, acrescentando que, para “trazer o défice do valor em que está este ano para menos de 3 por cento vão ser precisas novas medidas, quer do lado da despesa, quer do lado da receita”.
Ainda na mesma ocasião, Constâncio (ou o tal "senhor"?) defendeu que, em “geral, para a economia e, sobretudo, para a economia empresarial [seja pública ou privada], os aumentos salariais reais deverão situar-se entre 1 a 1,5 por cento, correspondendo isto à inflação previsível", considerando, contudo, que, no caso da função pública, devido ao aumento salarial de 2,9 por cento registado neste ano, o aumento poderá ficar abaixo daquele intervalo, uma vez que não se esperava uma inflação negativa.
Não sei em que estudo cientifico o sr. Governador se baseou para lançara aquelas percentagens. Porquê aquelas e não outras?

O sr. Constâncio, que recebe 250 mil euros por ano do bolso dos contribuintes para governar o Banco de Portugal, talvez tomando-nos a todos por pobretões ignorantes e distraídos com o futebol, começa a habituar-nos a tão depressa dizer uma coisa como logo a seguir afirmar o seu contrário.
São as constantes alterações das previsões emanadas da instituição por si dirigida, são as constantes distracções em relação às aldrabices do mundo financeiro-bancário, para além de passar a vida a malhar nos “privilegiados vencimentos” dos funcionários públicos.
Quem ganha o que ganha para fazer previsões, como se fosse o Zandinga, ou para apresentar propostas que qualquer merceeiro ou taxista é capaz de debitar para “melhorar” a economia do país, ganhando o dobro do seu colega do Banco Federal dos Estados Unidos, sendo o terceiro governador de um banco nacional mais bem pago do mundo, dirigindo uma instituição que decide dos ordenados dos seus próprios administradores, que distribui pensões de “reforma” com valores que ultrapassam os 120 mil euros anuais, que, ainda há dois anos (segundo os últimos dados conhecidos) gastou cerca de um milhão e meio de euros para renovar o parque automóvel dos seus administradores, não tem um pingo de autoridade para falara no ordenado dos outros.
Mandem o homem lá para a Europa, a ver se colocam à frente do Banco de Portugal alguém que prestigie e credibilize essa instituição.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A Foto da Semana - uma metáfora à fragilidade da vida e da natureza.


Uma libélula poisa num ramo, numa metáfora à fragilidade da natureza, numa semana que foi negra para a causa ambiental, com a notícia prévia do fracasso da Cimeira de Copenhaga que se vai realizar no principio do próximo mês.

Oliver Autissier é o autor da fotografia editada pelo Libération.

domingo, 22 de novembro de 2009

Massive Attack, ontem em Lisboa



Ontem, com repetição esta noite, os Massive Attack deram um memorável concerto no Campo Pequeno, dando um espectáculos que se perpetuará na memória de todos os que a ele assistiram.

Com um som bem ritmado e equilibrado, o grupo britânico mostrou poque é o principal candidata ao título da grande banda do princípio do século, como o foram os U2 no final do século, os REM nos anos 80 ou os Pink Floyd nos anos 70.
Apesar do ritmo avassalador dos Massive Attack, o grupo nunca caiu no facilitismo sonoro, combinando exemplarmente os efeitos visuais, muito marcados pela projecção de palavras e frases em português e sobre Portugal, com o ritmo imaginativo e criativo do grupo, que promete um novo álbum muito mais marcado pelo pop-rock.
A grande revelação deste concerto foi a voz versátil e criativa de Martina Topley-Bird, que, depois de fazer a “primeira parte” em dueto, regressou para se juntar aos Massive Attack.
No final ficou a vontade de os voltar a ouvir.


































































sábado, 21 de novembro de 2009

DIa de Massive Attack


(Foto do "Y", Público)

Hoje é dia de “Massive Attack”.

Daddy G., líder do grupo, promete um concerto visual e performativo inspirado nos Clash.
Os Massive Attack não editam há seis anos, mas anunciam a saída para breve de um novo trabalho intitulado “LP5”, que vai contar com a colaboração de músicos dos TV on the Radio.
No concerto de hoje, que terá lugar no Campo Pequeno a partir das 21 horas e que se repetirá amanhã no mesmo lugar e à mesma hora, o grupo promete iniciar o espectáculo com vários temas do seu próximo novo trabalho, contando com a voz de Martina Topley-Bird.
Formada em Bristol em 1988, a banda de “trip hop” é formada por Roberte Del Naja, aliás “3D”, e por Grant Marshall, aliás “Daddy G”, tendo editado o seu primeiro albúm em 1991.
Fazem um som de fusão, onde se misturam hip-hop, jazz e soul, mas prometem agora uma aproximação ao pop-rock.
Os Massive Attack foram uma das bandas mais politicamente empenhadas em contestar o envolvimento britânico na Guerra do Iraque.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Os "Deslumbrados"

Excelente, esclarecedor e explosivo artigo este que não resistimos a transcrever, hoje publicado na edição on-line do Sol, da autoria de José António Saraiva.

É sem duvida em esclarecedor retrato de uma geração de políticos que tem dominado este país nos últimos dez anos, que tantos estragos estão a causar e vão continuara a causar por muitos tempo, nas autarquias, no governo, passando pela administração pública e por muitos outros sectores da sociedade portuguesa:



(Foto do SOL)

“OS Boys De Guterres


"O PROCESSO chamado ‘Face Oculta’ tem as suas raízes longínquas num fenómeno que podemos designar por ‘deslumbramento’.
Muitos dos envolvidos no caso, a começar por Armando Vara, são pessoas nascidas na Província que vieram para Lisboa, ascenderam a cargos políticos de relevo e se deslumbraram.
Deslumbraram-se, para começar, com o poder em si próprio.
Com o facto de mandarem, com os cargos que podiam distribuir pelos amigos, com a subserviência de muitos subordinados, com as mordomias, com os carros pretos de luxo, com os chauffeurs, com os salões, com os novos conhecimentos.

Deslumbraram-se, depois, com a cidade.
Com a dimensão da cidade, com o luxo da cidade, com as luzes da cidade, com os divertimentos da cidade, com as mulheres da cidade.
ORA, para homens que até aí tinham vivido sempre na Província, que até aí tinham uma existência obscura, limitada, ligados às estruturas partidárias locais, este salto simultâneo para o poder político e para a cidade representou um cocktail explosivo.
As suas vidas mudaram por completo.
Para eles, tudo era novo – tudo era deslumbrante.
Era verdadeiramente um conto de fadas – só que aqui o príncipe encantado não era um jovem vestido de cetim mas o poder e aquilo que ele proporcionava.
Não é difícil perceber que quem viveu esse sonho se tenha deixado perturbar.

CURIOSAMENTE, várias pessoas ligadas a este processo ‘Face Oculta’ (e também ao ‘caso Freeport’) entraram na política pela mão de António Guterres, integrando os seus Governos.
Armando Vara começou por ser secretário de Estado da Administração Interna, José Sócrates foi secretário de Estado do Ambiente, José Penedos foi secretário de Estado da Defesa e da Energia, Rui Gonçalves foi secretário de Estado do Ambiente.
Todos eles tiveram um percurso idêntico.
E alguns, como Vara e Sócrates, pareciam irmãos siameses.
Naturais de Trás-os-Montes, vieram para o poder em Lisboa,inscreveram-se na universidade, licenciaram-se, frequentaram mestrados.
Sentindo-se talvez estranhos na capital, procuraram o reconhecimento da instituição universitária como uma forma de afirmação pessoal e de legitimação do estatuto.

A QUESTÃO que agora se põe é a seguinte: por que razão estas pessoas apareceram todas na política ao mais alto nível pela mão de António Guterres?
A explicação pode estar na mudança de agulha que Guterres levou a cabo no Partido Socialista.
Guterres queria um PS menos ideológico, um PS mais pragmático, mais terra-a-terra.
Ora estes homens tinham essas qualidades: eram despachados, pragmáticos, activos, desenrascados.
E isso proporcionou-lhes uma ascensão constante nos meandros do poder.
Só que, a par dessas inegáveis qualidades, tinham também defeitos.
Alguns eram atrevidos em excesso.
E esse atrevimento foi potenciado pelo tal deslumbramento da cidade e pela ascensão meteórica.

QUANDO o PS perdeu o poder, estes homens ficaram momentaneamente desocupados.
Mas, quando o recuperaram, quiseram ocupá-lo a sério.
Montaram uma rede para tomar o Estado.
José Sócrates ficou no topo, como primeiro-ministro, Armando Vara tornou-se o homem forte do banco do Estado – a CGD –, com ligação directa ao primeiro-ministro, José Penedos tornou-se presidente da Rede Eléctrica Nacional, etc.
Ou seja, alguns secretários de Estado do tempo de Guterres, aqueles homens vindos da Província e deslumbrados com Lisboa, eram agora senhores do país.

MAS, para isso ser efectivo, perceberam que havia uma questão decisiva: o controlo da comunicação social.
Obstinaram-se, assim, nessa cruzada.
A RTP não constituía preocupação, pois sendo dependente do Governo nunca se portaria muito mal.
Os privados acabaram por ser as primeiras vítimas.
O Diário Económico, que estava fora de controlo e era consumido pelas elites, mudou de mãos e foi domesticado.
O SOL foi objecto de chantagem e de uma tentativa de estrangulamento através do BCP (liderado em boa parte por Armando Vara).
A TVI, depois de uma tentativa falhada de compra por parte da PT, foi objecto de uma ‘OPA’, que determinou a saída de José Eduardo Moniz e o afastamento dos ecrãs de Manuela Moura Guedes.
O director do Público foi atacado em público por Sócrates – e, apesar da tão propalada independência do patrão Belmiro de Azevedo, acabou por ser substituído.
A Controlinvest, de Joaquim Oliveira (que detém o JN, o DN, o 24 Horas, a TSF) está financeiramente dependente do BCP, que por sua vez depende do Governo.

SUCEDE que, na sua ascensão política, social e económica, no seu deslumbramento, algumas destas pessoas de quem temos vindo a falar foram deixando rabos de palha.
É quase inevitável que assim aconteça.
O caso da Universidade Independente, o Freeport, agora o ‘Face Oculta’, são exemplos disso – e exemplos importantes da rede de interesses que foi sendo montada para preservar o poder, obter financiamentos partidários e promover a ascensão social e o enriquecimento de alguns dos seus membros.
É isso que agora a Justiça está a tentar desmontar: essa rede de interesses criada por esse grupo em que se incluem vários boys de Guterres.
Consegui-lo-á?

Não deixa de ser triste, entretanto, ver como está a acabar esta história para alguns senhores que um dia se deslumbraram com a grande cidade".

José António Saraiva, 20 de Novembro de 2009, Sol on-line.

A "Praça"


Inaugura-se Hoje à noite, na Cooperativa de Comunicação e Cultura, a exposição de Fotografia "A Praça".
Ver mais informações AQUI.

O Cartoon da Semana- Wiaz, Nouvel Observateur.



Escolhemos esta da semana um cartoon da autoria do francês Wiaz, colaborador do Nouvel Observateur, ontem divulgado e que ironiza com a intenção, também ontem divulgada, do presidente Sarkozy pretender trasladar o corpo de Albert Camus para o panteão nacional e as posições do mesmo presidente em relação à emigração.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O "Politburo" de Bruxelas


(cartoon de Peray)

Pelo que se lê nos meios de comunicação social, é hoje à noite, durante um jantar em Bruxelas, que reúnem, à porta fechada, os líderes europeus, que vão escolher os nomes do Presidente do Conselho Europeu e do Alto Representante para os Negócios Estrangeiros.
Não deixa de ser significativo que esses dois novos cargos, previstos no Tratado de Lisboa, sejam eleitos de forma ainda menos democrática e mais restrita do que o Presidente da Republica Popular da China.
Os actuais dirigentes europeus, ao contrário dos fundadores do projecto inicial, temem o veredicto popular, como se viu no modo como foi aprovado do Tratado de Lisboa.
A segurança dos seus cargos fica assim garantida.
Não sei se a unidade, a paz, a estabilidade e a segurança europeia, quando se esgotarem os fundos , quando a crise de desemprego atingir proporções incontroláveis, ou as políticas neo-liberais dos burocratas de Bruxelas levarem à falência do que resta do “Estado Social”, estarão garantidas a prazo.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

TIM BURTON no MoMa de Nova Iorque


O trabalho artístico do conhecido cineasta Tim Burton vai ser o tema de uma nova exposição que o MoMa de Nova Iorque inaugura no próximo dia 22.
Ver mais informações AQUI