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sábado, 31 de outubro de 2009

na despedida de José Manuel Fernandes da direcção do Público



José Manuel Fernandes não me conhece de lado nenhum, nem vai ler este texto, pois tem coisas mais interessantes para fazer na vida.


De qualquer modo quero aqui dedicar-lhe algumas palavras na hora da sua despedida como director do “Público”.
Devo confessar que muitas vezes as suas opiniões me irritaram e que discordei de mais de 90% daquilo que ele escreveu ou disse.
Mas confesso também que ouvi-lo ou lê-lo foi sempre bastante estimulante. É que a sua escrita é de uma clareza, tão bem fundamentada e culta que se torna difícil rebater as suas opiniões.
Ao lê-lo ou ouvi-lo ele obrigava-nos a pensar, principalmente em racionalizar a nossa discordância, o que implicava um esforço intelectual enorme.
Uma outra faceta importante da sua passagem pelo Público foi a forma como sempre contribuiu para o pluralismo de ideias que sempre caracterizou esse jornal. Não poucas vezes, a sua voz era uma voz isolada no conjunto de comentadores ou editorialistas, sem que uma única vez se tivesse notado que tenha usado o seu poder para impedir qualquer opinião ou notícia que desmentisse ou discordasse das suas idéias
Por tudo isso os seus editoriais vão fazer-nos falta, esperando que o Público continue na linha de pluralismo e independência, consolidada e reforçada pela direcção de José Manuel Fernandes.

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